Saudades filho

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O medo

Fiquei naquele hospital na enfermaria em observação, lembro-me que ele vomitava muito e eu pensava, mas era só uma dor de cabeça por que vomitava tanto? Nossa como eu pedi ajuda para as enfermeiras eu não sabia o que fazer e nem como agir, mas elas ficavam indiferentes ao meu pedido acho que elas se acostumam com o sofrimento dos outros para elas tanto faz elas vêem isso todos os dias. Mas Deus sempre manda anjos em nossas vidas nos momentos que mais precisamos e ele mandou duas médicas, elas pegaram o caso de meu filho chamaram o cirurgião, pois só ele poderia pedir uma tomografia para meu filho, acho que ela falou que eu era uma amiga dela, pois assim que o cirurgião chegou, ela falou em meu ouvido para que eu dissesse que era sua amiga, com isso a tomografia foi pedida para ser feita de manhã.
Como aquela noite demorou a passar a cada vomito de meu filho meu desespero aumentava como ele havia piorado tanto de um dia para o outro não conseguia entender comecei a pensar que fosse uma virose, mas ao chegar de manhã fui levada com ele para a tomografia fiquei na sala com ele eu olhava pelo vidro a movimentação de médicos do lado de fora e aquilo realmente me assustou não sei, eu sentia lá no fundo do meu eu que as noticias não seriam as melhores, mas resolvi aguardar o resultado assim que saímos da sala me chamaram de canto e a noticia realmente não eram boas. Os médicos disseram que ele estava com um tumor na cabeça e teria que ficar internado, ao escutar aquelas palavras meu mundo desabou comecei a chorar não sabia para que lado ia queria abraçá-lo mas os médicos me advertiram para que eu não chorasse perto dele, sai desnorteada procurando meu marido para desabafar mas como sempre eu estava só naquele momento. Fui encontrá-lo entrando depois de algum tempo não me lembro, mas acho que meu marido subiu para o quarto com ele e eu fui amparada pela médica que acompanhava o Felipe sei que sai do hospital e com minha filha andei sem rumo por fora do hospital e só conseguia repetir que nós iríamos perder o nosso nenê chorei muito e minha filha só pedia para que eu tivesse muita fé para eu não desistir, pois a fé remove montanhas.  
Hoje com mais calma vejo que minha filha fez o papel que deveria ser meu e consigo enxergar o quanto eu era fraca e como tinha pouca fé, após chorar muito e questionar porque não descobriram isto no primeiro dia, não sei se iria mudar algo, mas ele não teria ficado esses 8 dias sofrendo.
Levantei a cabeça e pensei terei que ser forte, pois tenho que passar segurança para meu anjo, sempre estive do lado dele e esse era o primeiro ano que ficamos um pouco mais distante, pois no meu outro serviço eu o levava junto e fazia 4 meses que havia trocado de emprego e não podia mais levá-lo. Ao lembrar isso me sinto um pouco melhor de saber que ele foi o filho que eu mais tive tempo de curtir.
Hoje vejo que encontramos força naquilo que realmente nos fortalece que é Deus e naquilo que acreditamos ser uma bênção que é ser mãe e nessa hora que realmente sentimos isso no sentido mais profundo da palavra “mãe”.
Continuo depois...



Nenhum comentário:

Postar um comentário